Série: A luta pela pureza – Contra a Pornografia, a Masturbação e o Sexo ilícito (Parte 2)
Masturbação
Devido a ausência
de textos bíblicos que retratem sobre esse assunto de masturbação, muitas
pessoas tem dúvidas se há ou não licenciosidade nessa prática. A cultura e a
mídia nos ensinam que não há nenhum problema, e a influência acompanhada da
pecaminosidade humana, resultam em quase uma totalidade de jovens que alguma vez
na vida já se masturbaram. E já que não se encontram textos bíblicos que
claramente reprovam essa prática, ela passa a ser vivenciada dentro do contexto
cristão, e argumentos são fisgados para tranquilizar a consciência
que intrinsecamente a reprova.
Masturbação, assim
como a pornografia, produz culpa e vergonha, e ambas fazem parte do mesmo
pacote. Pornografia existe com o objetivo específico de excitação sexual, que
por sua vez culmina em masturbação. E masturbação necessita de imagens sexuais
como seu estímulo, sendo impossível sem as tais, que são muitas vezes oriundas
da pornografia.
Pensamentos de
luxúria são despertados com a masturbação, e luxúria é explicitamente pecado
segundo a Bíblia (Inclusive, esse assunto já foi abordado no primeiro texto
dessa série). Então mesmo que a masturbação não fosse pecado, ela ainda seria
ilícita por redundar em pecado: a corrupção presente da mente. Todavia, veremos
que a masturbação é pecado, por ser em sua natureza um sexo egocêntrico,
centrado apenas no indivíduo em enfoque, podendo se tornar um ídolo do coração.
Como Jeffrey Black¹ aponta:
“A masturbação é o sexo consigo mesmo. Se faço sexo comigo mesmo, não tenho de investir em outra pessoa. As pessoas que são viciadas em pornografia não são tão viciadas nesse tipo horrível de material quanto são viciadas no egocentrismo. Elas se comprometem em servir a si mesmas, fazendo tudo que podem para achar um modo conveniente para não morrer para si mesmas, que é a natureza do companheirismo em um relacionamento.”
O sexo designado
por Deus é sobre servir e amar ao outro, e não sobre servir a si mesmo, com
vista apenas no seu próprio prazer imediatista.
A prática sexual
deve ser reservada para o enlace do matrimônio, e mesmo se não recebermos essa
benção matrimonial, nosso dever de permanecermos castas não se altera. Erwin
Lutzer² assegura que:
“Quem estiver revoltado contra Deus por não ter lhe dado um cônjuge, provavelmente nunca irá conseguir superar a tentação. Ele pensa assim: ‘Mereço este pequeno prazer, porque me sonegaram outros’; e ao enfrentar a tentação, rende-se a ela. Deus tem todo o direito de fazer com os seus aquilo que deseja, e se não aceitarmos esse fato, fracassaremos na batalha contra o pecado [...] Deus quer que estejamos contentes, mesmo tendo desejos não satisfeitos. Ele deseja ensinar-nos que a vida não consiste apenas na realização sexual.”
Nossa vida não
consiste primariamente em nossa satisfação sexual, mas em nossa satisfação em
Deus.
Se você luta contra
o pecado da masturbação ou contra qualquer outro pecado lascivo, saiba que você
não está sozinha nessa luta. Milhões de mulheres cristãs, casadas ou solteiras,
enfrentam tentações semelhantes todos os dias. O que faz a diferença é o
empenho que dedicam nela. Precisamos anelar a pureza que o Senhor deseja ver em
Suas amadas filhas, e enquanto houver fôlego em nós, que prossigamos no
conhecimento de Sua vontade. Por conseguinte, aprenderemos abaixo sobre a
perspectiva divina acerca do sexo.
Uma visão bíblica acerca do sexo
Em toda a Idade
Média foi inculcada na mente das pessoas pela Igreja Católica que o sexo é em
sua essência mal, proveniente da queda, sendo necessário e permitido apenas
para a procriação e perpetuidade da raça humana, pois o prazer macula o ato
sexual e o melhor mesmo era não praticá-lo, mesmo quando no casamento. Foi
nesse período que o celibato e a virgindade foram exaltados como caminhos mais
excelentes, e que os clérigos foram proibidos de casar.
Os puritanos, por
sua vez, rebateram esse pensamento da Igreja Católica com a visão bíblica do
casamento e do sexo. Eles afirmavam que a virgindade nunca é superior ao
casamento, visto que este “foi ordenado por Deus, e ‘isso, não neste mundo
pecaminoso, mas no Paraíso, aquele mais alegre jardim de prazer’”³. O sexo para
os puritanos não era apenas permitido, mas era um dever do casamento, e eles o
viam como um dos mais doces presentes de Deus concedido aos homens. Cabia aos
cônjuges se satisfazerem mutuamente, e acima de tudo, se amarem com um amor
ardente, exclusivo e incircunstancial.
"De acordo com John Wing, amor de um marido por sua mulher ‘deve ser o mais caro, íntimo, precioso e completo que um coração possa dirigir a uma criatura, exceto o amor de Deus... está acima dele, nenhum exceto o amor por nós mesmos é companheiro dele, todo o amor pelos outros é inferior a ele’. Um erudito moderno resumiu a situação dizendo que ‘o amor era o cimento da família puritana e o sexo era visto como um dos meios de expressar esse amor’”³.
Ao conhecer essas
coisas entendemos que os puritanos foram verdadeiros revolucionários em sua
época, e contribuíram significamente para um retorno à vontade de Deus. O sexo
não é intrinsicamente mau, porque foi criado por Deus (Cl 1:16), e tudo o que
Deus criou é bom, e para a Sua glória (Rm 11:36), e devemos receber suas
bençãos com ações de graças (I Tm 4:4). Foi Ele quem nos deu impulsos sexuais,
então eles não são pecaminosos; o pecado se manifesta quando corrompemos aquilo
que recebemos do Supremo Criador. Toda confusão sexual que existe surgiu após a
queda, devido à depravação moral dos homens. É por causa de nossa natureza
pecaminosa que precisamos lutar contra todo este aparato sexual da modernidade,
a fim de sermos puros neste mundo, “pois Deus não nos chamou para a impureza,
mas para a santificação” (I Ts 4:7). Foi o Senhor quem nos deu impulsos
sexuais, e Ele proveu os meios adequados para satisfazê-los: o casamento.
A pornografia e a
masturbação, bem como tudo o que envolve deturpação sexual, contribuem para a
redução do sexo a um mero prazer físico, enquanto que o Criador o determinou
com propósitos maiores e mais nobres. A relação sexual é mais do que uma união
de corpos, é também uma união de emoções, mentes e almas, sendo a forma que
marido e mulher se tornam uma só carne (Gn 2:18). O sexo só pode ser vivido em
sua completude dentro do casamento, com pessoas que se comprometeram a estarem
juntas até que a morte os separe.
Deus é glorificado
quando os Seus filhos desfrutam do sexo como Ele prescreveu que fosse
desfrutado, e a Sua vontade redunda no verdadeiro prazer e felicidade deles.
Ninguém melhor do que o doador do sexo para orientar sobre como vivê-lo!
Sexo ilícito
Após darmos uma
pincelada no sexo segundo a visão bíblica, veremos um pouco sobre o sexo
ilícito, que nada mais é do que toda forma sexual que diverge dessa visão.
Focaremos em duas categorias:
Fornicação
Fornicação na
Bíblia representa todo ato sexual realizado antes do casamento. Como cristãs,
já fomos orientadas que a castidade deve ser preservada até o compromisso do
matrimônio, entretanto, vemos muitos casos de cristãos abrindo mão da vontade
de Deus para cumprirem suas próprias vontades, sacrificando suas purezas por
alegarem não terem o controle sobre seus próprios impulsos. Realmente nunca
conseguiremos vencer os nossos impulsos somente com as nossas forças, mas “o
fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,... domínio próprio.” (Gl 5:22-23).
Deus nos presenteou com o Espírito Santo, que produz em nós o domínio próprio e
nos conduz em toda boa obra. Cultivemos o fruto do Espírito, pedindo ao Senhor
que Ele nos faça plenas Dele, e assim obtermos maior resistência contra o
pecado.
Que nos apeguemos
aos princípios bíblicos, preservando a nossa pureza sexual,
incircunstancialmente.
Adultério
O adultério, por
sua vez, é toda forma sexual cometida fora do casamento. O Senhor Deus disse:
“Não adulterarás” (Dt 5:18), e o Senhor Jesus trouxe um maior entendimento
acerca disso quando disse: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção
impura, no coração, já cometeu adultério com ela” (Mt 5:28). Os judeus tendiam
a observarem apenas as práticas externas da Lei, enquanto o Senhor se
preocupava mais com o interior, com as intenções dos seus corações. Portanto, a
fidelidade no casamento inclui as intenções sexuais, e não apenas os seus atos.
E Deus julgará toda manifestação adúltera (Hb 13:4); Ele esquadrinha inteiramente
as pessoas e tem todas as obras delas diante da Sua vista (Jr 17:10).
A fidelidade para
com o cônjuge é independente do próprio cônjuge, pois o modelo de amor que nos
foi deixado é o de Cristo e a Sua noiva (Ef 5:22-33). Cristo nunca dependeu da
Igreja para amá-la, pelo contrário, Ele a ama apesar de toda incompatibilidade
e indignidade que ela apresenta. Ele a ama com amor sacrificial. Sei que esse é
um padrão elevado para pecadores, mas se você é casada, querida irmã, peça
sempre graça ao Senhor, para amar e respeitar o seu marido, mesmo se ele não
for o que você queria que ele fosse. Seja fiel a ele, tendo em vista a
fidelidade que precisa ter para com o teu amado noivo, Jesus Cristo.
Desde a Queda, o
sexo vem sendo distanciado do padrão de Deus. Há várias outras formas que se
enquadram no sexo ilícito, como o homossexualismo, o lesbianismo, o incesto, a
prostituição, as orgias, e tudo o que resulta em imoralidade sexual e
depreciação da dignidade das pessoas.
Faz parte de nossa
missão resgatar os valores bíblicos, embora na sociedade corrompida em que
estamos, onde tudo gira em torno do prazer próprio. Podemos com as nossas vidas
mostrar para as pessoas que o doador do sexo é melhor do que o sexo, e que uma
vida satisfatória é uma vida centrada na Sua vontade. A nossa pureza custou
muito caro para o Filho de Deus, e não vale a pena viver para aquilo pelo qual
um dia morreu. Toda luta pela pureza é válida, e mesmo que isso implique na
morte do nosso eu, estejamos contentes: a vida de Alguém mais excelente está
resplandecendo em nós.
Thayse Fernandes
_________________________
¹ Sexo Não é
Problema (Lascívia, Sim) - Joshua Harris.
²
http://www.monergismo.com/textos/sexualidade/masturbacao-errado_lutzer.pdf
³ RYKEN, Leland.
Santos no mundo: Os puritanos como realmente eram. Fiel: São José dos Campos.
O livro "A Batalha de toda a Mulher", também é uma boa referência para esse tema!
ResponderExcluirOi Albaneide!
ExcluirGrata pela indicação.
Deus te abençoe. Um abraço!
Muita bom!!! Que o Pai continue vos abençoando 💜
ResponderExcluirAmém Monique!
ExcluirO Senhor te abençoe igualmente.
Um abraço!
Toda luta pela pureza é válida! Que frase forte, certamente muito impactante e atual. Hoje em dia esse "extremo acesso" quanto a sensualidade, sexualidade, capas de revista dizendo isso e aquilo sobre o sexo, não sei quantas posições para encontrar o ponto X, enfim... Esse grito de que temos que nos achar, nos descobrir; Quando na verdade tudo o que nós precisamos é respeitar as fases, de menina, moça, jovem, mulher... buscando em Deus viver o melhor que Ele tem para nossas vidas, ser mulher é presente de Deus.
ResponderExcluirSexo é presente de Deus para o casamento. Pois é com amor, com o cônjuge de nossas vidas que vamos descobrir as melhores experiências vivendo, jamais comparando o que a "revista" colega diz...
Graça e paz!
Beijos que venham mais séries edificantes para nos fortalecer <3
Isso mesmo Eva! O Senhor derrame sua graça sobre nós.
ExcluirDeus te abençoe. Um abraço!
Amém Quesia!
ResponderExcluirQue o Senhor te abençoe também.
Um abraço!