Escuridão - temer ou iluminar?

 


“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:14-16)

 

Todas nós, crentes em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, sabemos que somos chamadas à santificação e que a nossa vida existe para glorificar a Deus. Para termos a nossa vida pautada e fundamentada nesses pilares, o nosso Deus nos deixou a Sua Palavra para nos guiar, orientar e capacitar no processo de santificação e atribuição de glória ao Seu Nome.

 

Então, em meio a esse processo, em diferentes momentos de nossas vidas, o nosso Senhor nos coloca em diferentes locais, papéis e posições - escola, cursinho, estágio, faculdade, trabalho, etc, e a vontade Dele é que ali, onde Ele nos permitiu estar, nós iluminemos. Pois, como filhos da luz e receptores da luz da vida, temos a luz de Cristo em nós. Somos luz no Senhor.

 

O próprio Senhor Jesus afirmou sobre nós: “vós sois a luz do mundo” e disse que essa luz deve resplandecer diante dos homens. Mas, para resplandecer diante dos homens, a luz precisa estar em um local visível, patente aos olhos das pessoas, afinal, ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, a lamparina é colocada em um lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. A lamparina precisa ser útil para a finalidade pela qual foi criada.

 

Dessa forma, minhas irmãs, não devemos temer ou nos questionar caso Deus nos coloque em um local escuro, pois, resplandecer a nossa luz diante dos homens é um imperativo do nosso Senhor, e ninguém ilumina um local que já está claro. Para iluminarmos precisamos estar em locais escuros, por mais desafiador que isso seja para nós.

 

Um dos exemplos mais emblemáticos que temos nas Escrituras é a vida e caminhada do profeta Daniel na Babilônia.  É importante entendermos que a Babilônia nem de longe era um lugar favorável à fé verdadeira,  pelo contrário,  era um lugar conhecido por sua impiedade, idolatria e completo distanciamento da vontade de Deus. E como se não bastasse estar naquela terra como cativo, Daniel foi posto em um cargo de confiança pelo próprio rei, tendo que conviver, trabalhar e liderar pessoas ímpias. É envolto dessa escuridão espiritual que o profeta brilha “sua” luz, testemunha de sua fé e impacta todo um reino em escuridão espiritual. É no ambiente hostil das trevas espirituais que a luz de Cristo brilha mais intensamente em nós.

 

Não há razão para temer a escuridão, pois maior é o que está em nós do que o que está no mundo, e nunca seremos tentados além do que podemos suportar. Por isso, se estamos no Senhor e o Senhor está em nós, não precisamos temer os desafios que virão por estarmos em locais escuros, mas devemos nos alegrar com a chance e o privilégio que temos de levar luz para esses lugares.

 

Quando estiver na universidade, no cursinho, no estágio ou no trabalho, ao lado de pessoas que não temem e não consideram a vontade de Deus, pense sempre na chance e no privilégio que você está recebendo de iluminar. Iluminar, para aqueles que estão em Cristo, é um ato inevitável, da mesma forma como “não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte”, um discípulo de Cristo não pode deixar de refletir a Sua luz.

 

Para isso, queridas irmãs, precisamos ser nova criação. Não adianta sabermos que devemos iluminar, se não tivermos vivido a experiência do novo nascimento, pois para aquele que ainda não nasceu do Espírito, esse tema será apenas performance exterior e de nada servirá. Por isso, antes de pensar em formas de ser luz nos locais onde Deus lhe colocou, pare e pense: “eu, de fato, tive um encontro com Deus? Nasci do espírito? Recebi um novo coração?” e, então, se pela confirmação do Espírito Santo você entender que sim, continue refletindo e meditando sobre o tema. Mas, se não, a sua prioridade é, primeiramente, buscar ao Senhor e clamá-lo por regeneração.

 

Contudo, caso entendamos pelo Espírito que somos crentes, mesmo assim não podemos descuidar - precisamos nos atentar para guardar o nosso coração. A verdade é que para iluminarmos genuinamente, precisamos estar nos locais deste mundo sem nos envolver, sem nos deixar cativar e dominar pela forma deles. Pois, em Cristo, nós somos apenas embaixadores de Deus, ou seja, pessoas que estão aqui como representantes do Reino eterno. Essa atenção é necessária porque a luta contra a carne é realidade na vida de um crente, e por isso não podemos descuidar do nosso coração. Devemos, sempre, examinar a nós mesmos e consagrar o nosso coração ao Senhor.

 

Outro ponto importante de entendermos, como crentes, é que não somos fonte de luz, mas transmissores. Sem a busca verdadeira e genuína por Cristo, sem depender verdadeiramente do Senhor, corremos o risco de querer iluminar pela força do nosso braço, contudo, não há nenhuma capacidade em nós mesmos. Sem o Senhor nada podemos fazer, afinal, Ele é o Dono de toda boa dádiva e todo dom perfeito, e tudo o que é bom e louvável vem diretamente Dele para nós. Se queremos refletir a luz de Cristo, precisamos estar ao seus pés.

 

Mas, por fim, como iluminar? Iluminamos quando somos nova criação, quando guardamos o nosso coração e quando nos dedicamos às boas obras sob a dependência do Senhor - nessa ordem. Isto porque fomos criadas para as boas obras, pois as boas obras apontam e glorificam Àquele cuja bondade compõe o Seu ser. Precisamos fazer tudo diante de Deus e para a glória de Deus, realizando obras regadas de amor e bondade, como consequência de nossa fé em Cristo - sabendo e crendo que uma fé sem obras é morta.

 

“Porque no passado vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz.” (Efésios 5:8)

 

 

Que o Senhor, o nosso Deus, nos ajude e abençoe, para o nosso bem e Sua glória, em nome de Cristo. Amém.

 

  

Com amor fraternal,

Millena Leal.


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