[Série: As marcas da família de Deus] - Amor
Para falar de amor,
primeiro devemos saber o que essa palavra significa. Se fizermos uma rápida
pesquisa no Google acharemos uma pluralidade de conceitos: o amor é um
sentimento, é dedicação, é atração, é paixão, é afeição, etc.
Nossa cultura é
alimentada com músicas, livros, filmes, poemas que revelam a ideia que o mundo
tem sobre os diferentes tipos de amor. Luís de Camões, em seu famoso soneto,
descreve: ‘Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é
um contentamento descontente…’ Com palavras poéticas, Camões tentou expressar o
mistério e as contradições do amor Eros (amor romântico). Nas clássicas
propagandas de margarina vemos o retrato do amor Storge (amor familiar), uma
família “perfeita” sentada à mesa. Em filmes e séries como Friends, enxergamos
o amor Philia (amor fraternal), que mostra a força da amizade verdadeira, o
apoio, a cumplicidade e a lealdade entre amigos que enfrentam juntos os
desafios da vida cotidiana.
Mas há um amor que
ultrapassa todos esses (e nem é tão evidenciado pelo mundo), o amor Ágape. Um amor que não depende de reciprocidade,
interesses ou emoções passageiras. Um amor que se entrega, que perdoa e que
busca o bem do outro, ainda que isso custe sacrifício. E é justamente sobre esse amor
que a Bíblia mais fala, ele é visto na Família de Deus e milhares de
pessoas ainda precisam conhecer. Quando olhamos para as Escrituras, descobrimos
que o amor vai além de sentimentos intensos ou poéticos: ele é ação, entrega e
essência, revelada plenamente na pessoa de Cristo. Como está escrito:
Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados (1 João 4:9-10).
O amor, revelado em
Cristo, nos alcança de forma vertical, restaurando nossa relação com Deus, e
também nos impulsiona de forma horizontal, transformando a maneira como nos
relacionamos com o próximo. Devemos amar ao Senhor com todas as nossas forças,
com toda a plenitude do nosso ser, guardando os seus mandamentos e
consequentemente entenderemos que não existe amor verdadeiro a Deus que não se
traduza em amor ao próximo, e não existe amor genuíno ao próximo que não seja
fruto do amor de Deus em nós, ele não deve ser apenas sentido (verticalmente),
mas também demonstrado (horizontalmente).
A principal marca
que deve identificar os filhos de Deus é o amor. Os discípulos de Cristo amam,
“Nisto todos saberão que vocês são meus discípulos: se vocês amarem uns aos
outros.” (João 13:35). No entanto, muitas vezes esquecemos de um aspecto
importantíssimo: amar exige custos, exige renúncias, exige humildade, exige
sacrifícios e será que, como família de Deus, estamos dispostos a amar como Cristo
amou? Ou estamos apenas falando de amor sem vivê-lo de fato?
O amor é o ponto de
partida. É a partir dele que nascem a comunhão, o serviço, o perdão e tantas
outras marcas que fazem parte da família de Deus. Não há como dizer que temos
comunhão com o nosso próximo, que o servimos ou o perdoamos, se não o amamos.
Se antes
conceituamos o amor apenas como um sentimento, uma emoção passageira ou algo
que se limita ao coração (que é enganoso), a partir de agora aprendemos que o
verdadeiro amor vai muito além disso.
Se hoje você não
desfruta do amor Eros, Storge ou Philia, não se preocupe… Há o Amor que é
derramado diariamente sobre a sua vida, um amor que não te valida pelo que você
tem ou o que pode oferecer. Há o Amor que não é inconstante. Há o Amor que permanece,
mesmo que teu pai ou mãe abandonem, Ele continua presente. Há o Amor que é o
seu melhor amigo, afinal, “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua
vida pelos seus amigos.” (Jo.15:13-15). Esse é, sem dúvida, o melhor amor que
alguém poderia ter e sentir.
Um dia, alguém nos amou primeiro e por causa disso, hoje também podemos amar. Esse amor nos oferece graça, misericórdia, bondade, paciência… e, por termos recebido tudo isso, também podemos ofertar às pessoas ao nosso redor. Que possamos nos revestir diariamente desse amor, tornando-o visível em nossas atitudes, no nosso falar e pensar, que as nossas marcas apontem para a fonte de todo amor: Jesus.
“Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.” (Colossenses 3:14)
Deus te abençoe!
Com AMOR, Sara
Abdala.
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