[Série: As marcas da família de Deus] - Serviço


O que primeiro vem à minha mente quando penso sobre o serviço é a pessoa de Jesus. O nosso Senhor é, de fato, um exemplo de alguém que serviu. A Palavra nos diz que Ele tomou a forma de servo e que veio ao mundo não para ser servido, mas para servir (Filipenses 2:7; Marcos 10:45). Mas não se engane: Deus Servo não é apenas visto nas páginas do Novo Testamento. Nas primeiras narrativas bíblicas nos maravilhamos com o Deus que trabalha em favor do seu povo. O nosso Deus é o Deus que serve, e isso é motivo de um deslumbramento amável. Deslumbradas com o serviço Dele, O amamos.

 

Poderia mencionar uma variedade de textos nos quais podemos ver o nosso Deus como servo. Mas, gostaria de refletir sobre o que é narrado em João 13. Os primeiros versículos me chamam bastante atenção. Neles, conseguimos entender, pelo menos um pouco, a dimensão do amor que Jesus sentia pelos seus discípulos. Além de compreendermos que Ele mesmo sendo Mestre e Senhor não relutou em tomar uma bacia com água e uma toalha e se colocar como o menor servo daquele lugar.

 

“Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (João 13:1).

 

“Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder, e que viera de Deus e estava voltando para Deus; assim, levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura. Depois disso, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura.” (João 13:3-5).

 

Nessa altura da história, os discípulos possivelmente já estavam surpresos e até relutantes (principalmente Pedro v.6,8) com o que Jesus decidiu fazer. Entretanto, uma das coisas que acho mais belas aqui no capítulo 13 é que Jesus explica o porquê de tudo aquilo. Havia uma lição e ela era clara:

 

“Quando terminou de lavar-lhes os pés, Jesus tornou a vestir sua capa e voltou ao seu lugar. Então lhes perguntou: Vocês me chamam Mestre e Senhor, e com razão, pois eu o sou. Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz.” (João 13:12-15).

 

Naquela sala, ao ser servido o jantar, o Deus encarnado levantou-se da mesa para demonstrar a imensidão e a profundidade do seu amor através do seu serviço. O Senhor e Mestre havia acabado de deixar um dos exemplos mais belos de seu ministério. Aquilo não deveria ser um momento único na história, os seus discípulos precisavam seguir o exemplo. E ao seguir o modelo de Jesus, lavando os pés uns dos outros, Cristo mais uma vez seria elevado como Senhor e o Cabeça deles e eles seriam servos Dele e de seus irmãos, glorificando a Deus e sendo felizes por servirem assim como o Mestre serviu (v.17).

 

Essas verdades não foram cristalizadas devido ao tempo. Não estamos distantes delas por conta dos mais de dois mil anos que nos separam. Pelo contrário, as palavras que Jesus proferiu naqueles instantes antes da Páscoa e de sua Paixão ecoam até hoje em nós e por nós. O Deus que decidiu servir o seu povo nos convida a sermos como Ele e seguir o seu exemplo. Somos chamadas ao serviço. Em cada esfera de nossa vida encontramos oportunidades para fazer o que o Mestre fez. Tomemos, pois, essas oportunidades com todas as nossas forças e mostremos ao mundo que Jesus é o nosso Cabeça e nós, suas servas, que por amor a Ele e ao próximo, servimos. Glorifique o Senhor através do seu serviço. Não relute nos dias em que você não encontra facilidade em servir. Lembre do Deus que você serve. Ele amou até o fim e se fez Servo, entregando a sua própria vida em favor de todo o que crê. Que excelente serviço! 

 

A minha oração é para que sempre tenhamos perto de nós uma toalha e uma bacia, pois seguramente encontraremos pelo caminho muitos pés para serem lavados. Mas, além disso, que tenhamos o mesmo sentimento que Jesus teve:

 

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8).

 

Hellen Juliane

 

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