[Série: Salmos de gratidão] - Salmo 95: Um convite a louvar o Senhor

 


(Atenção: antes da leitura do texto, recomendamos a leitura pessoal e lenta do referido Salmo).

 

Geralmente recebemos convites daqueles com quem partilhamos a vida, sejam eles para visitar ao lar do outro, para uma conversa acompanhada de um cafezinho ou para conhecer algum novo lugar. Certamente receber um convite é motivo de alegria, afinal, você está sendo lembrado e sua presença está sendo desejada por alguém. Imagina, então, como seria receber um convite para celebrar a Deus? Como você se sentiria? Ou melhor, como você chegaria a essa celebração?

 

O Salmo 95 pode ser considerado um hino de gratidão, louvor e adoração a Deus porque reconhece, em todo momento, quem Deus é - Sua grandeza (v.3), poder (v.4 e 5), superioridade (v.3) e pessoalidade (v.7). E então, baseado nestas coisas, o escritor deste Salmo convoca o povo ao louvor e à adoração a Deus (v.1,2 e 6).

 

Afinal, ao ter os olhos abertos e o coração alcançado pelo conhecimento do Senhor, uma consequência natural é o desejo por adorá-lo e louvá-lo de todo o coração. O escritor do Salmo 95 sabia muito bem disso, e baseado nessa realidade, conclama o povo à adoração genuína a Deus. Ele justifica essa adoração em duas razões:

 

    1) Deus deve ser louvado porque Ele sustenta o mundo com poder (v.4 e 5);

 

    2) Deus deve ser louvado porque nos escolheu como povo para Si, para comunhão com Ele (v.7 e 1b).

 

Ou seja, o Deus que tem em Suas mãos as profundezas, os mais altos montes e o mar, e que tudo governa e sustenta com Sua mão poderosa, é o mesmo Deus que escolheu ser o nosso Deus pessoal, nos adotando para Si mesmo e nos fazendo povo Seu. Ele é o grande Deus mas também é o nosso Deus, a Rocha da nossa salvação!

 

E então, diante de tão grande benção e deleite para a nossa alma limitada e necessitada, uma ação natural é a de louvar, celebrar, adorar e prostrar-se diante Dele com alegria (v.1), ação de graças (v.2), humildade (v.6) e sinceridade (v.8)!

 

Perceba: a disposição de nosso coração importa - ou seja, a nossa adoração não deve ser de qualquer forma. O salmista retrata essa necessidade ao exortar o povo à adoração sincera e devota, fazendo menção aos seus pais e à dureza de seus corações mesmo diante dos maravilhosos feitos do Senhor, sendo referidos como povo de coração ingrato.

 

Ao conhecer ao Senhor, não podemos nos apresentar a Ele de qualquer jeito, mas devemos ir a Sua presença com um coração grato, contrito, reverente e sincero. Por toda a Escritura vemos esta exortação da parte do Senhor para o Seu povo, observe as Suas palavras no livro do profeta Isaías:

 

“Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam só é feita de regras ensinadas por homens.” (Isaías 29:13)

 

Queridas irmãs, a verdade é que nosso coração é rápido em esquecer-se da beleza do nosso Deus, bem como é rápido em constituir para si ídolos, afastando-se do Senhor. Deus não deseja ser bendito em nossos lábios sem ser em nosso coração, antes, os nossos lábios devem ser um transbordar de nosso interior.

 

O Senhor não deseja de nós uma adoração meramente exterior, destituída de amor e devoção, mas deseja nos conduzir a Si mesmo de forma genuína, sincera e verdadeira. Ele não deseja para nós um culto hipócrita, um ritualismo sem piedade e exercícios espirituais sem devoção, pelo contrário, Ele tanto nos ama que deseja que vivamos genuinamente em Sua presença.

 

Este Salmo, repleto de engrandecimento, adoração, exaltação e louvor ao nosso Deus, traz-nos um convite não apenas para celebrá-lo, mas para celebrá-lo com júbilo e deleite interior. É um Salmo que nos chama a reconhecer, de todo o coração, os atributos de Deus e adorá-lo por isso.

 

Sendo assim, meditemos: o nosso coração tem ansiado louvar, celebrar e adorar ao Senhor? Temos nos deslumbrado com a beleza do conhecimento do Senhor? Temos ido à presença do Senhor louvá-lo e adorá-lo por quem Ele é? Como está o nosso coração diante da adoração a Deus? Que este belo convite à celebração do Senhor possa encher o nosso coração de desejo por adorá-lo com todo o nosso ser.

 

Caso o nosso coração, hoje, esteja vivendo esta graça de celebrar genuinamente ao Senhor, cultive com zelo a sua integridade e devoção a Ele. Mantenha a sua alma, diariamente, nutrida de comunhão com Deus através do contato com as escrituras e oração. Não o perca de vista, agarre-se ao Senhor e celebre-o genuinamente.

 

Mas caso esta alegria e deleite seja apenas saudade, não se preocupe, ainda há graça e chance para deleitar-se na beleza de Deus outra vez. Aproxime-se do Senhor de todo o coração, confesse suas fraquezas e pecados, suas lutas e dificuldades, humilhe-se, peça graça e deslumbre-se mais uma vez com a Santidade do Senhor.


 

Millena Leal


Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.